Petrobras alcança redução histórica de 41% nas emissões de CO2

Segundo o Caderno do Clima divulgado nesta terça, 30, empresa avança em tecnologias sustentáveis e planejamento para um futuro de baixo carbono.

A Petrobras alcançou uma redução significativa de 41% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) entre 2015 e 2023, segundo informações divulgadas no mais recente Caderno do Clima. Este marco representa um passo importante na luta contra as mudanças climáticas, uma vez que o CO2 é um dos principais contribuintes para o efeito estufa. No Caderno do Clima publicado no ano passado, a redução das emissões absolutas operacionais alcançou 39%.

Em entrevista à Agência Brasil, Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da empresa, descreveu o resultado como “excepcional”, destacando que a empresa conseguiu manter a produção de gás e petróleo enquanto reduzia as emissões, mesmo com a inclusão de novas plataformas em 2023.

A redução nas emissões de metano, outro potente gás de efeito estufa, também foi expressiva, alcançando 68%. Tolmasquim ressaltou a importância dessa conquista, explicando que “apesar de o CO2 ser mais abundante, o metano tem um maior impacto sobre o aquecimento global, com um poder de aquecimento 25 vezes maior que o de CO2.”

Na área de exploração e produção de petróleo, a Petrobras registrou a menor intensidade de emissão de sua história, com 14,2 quilos de CO2 por barril, comparado à média mundial de 18 quilogramas. Este indicador reflete a eficiência e a responsabilidade ambiental da empresa no contexto global.

Adaptação e planejamento futuro

Tolmasquim também comentou sobre a necessidade de adaptação da empresa ao cenário de transição energética mundial. Segundo projeções da Agência Internacional de Energia, a demanda global por petróleo pode reduzir significativamente até 2050, o que requer um planejamento cuidadoso para assegurar a resiliência e a competitividade da Petrobras nesse futuro de demanda reduzida.

“A Petrobras tem que se preparar para esse mundo com demanda menor”, afirmouo diretor, destacando a necessidade de a empresa se adaptar a um cenário de aquecimento global limitado a 1,7 graus Celsius.

Para alcançar esses objetivos, o Plano Estratégico 2024/2028 da empresa prevê investimentos de US$ 11,5 bilhões, dos quais US$ 5,5 bilhões serão destinados a investimentos em fontes renováveis e energias de baixo carbono, incluindo usinas eólicas em terra e biocombustíveis.

Compromisso com a descarbonização

Maurício Tolmasquim também expressou entusiasmo pela captura e armazenamento de CO2, destacando que a Petrobras já é líder mundial nesta área, com 25% do CO2 reinjetado globalmente no último ano. Ele visualiza grandes oportunidades de negócios nesta área, ao longo da costa brasileira, onde existem reservatórios salinos capazes de armazenar grandes quantidades de CO2.

“A gente pode reinjetar os reservatórios salinos próximos à costa, o que permite capturar o CO2 das refinarias, descarbonizar as refinarias ainda mais, mas não apenas isso. A gente pode vender serviços para outras empresas, capturando CO2 delas”.

Complementando os avanços em energias renováveis, a organização já possui plantas de coprocessamento e está construindo novas instalações para a produção de combustível renovável para aviação, o SAF, que pode reduzir as emissões de CO2 em até 90% em comparação com o querosene de aviação tradicional.

Os resultados e estratégias descritos no Caderno do Clima não apenas sublinham o compromisso da Petrobras com a sustentabilidade, mas também reforçam seu papel de liderança na transição energética global. Conforme relatado na entrevista, esses esforços são essenciais para o futuro da empresa e para a proteção do clima global.

com agências