PGR recebe vídeos que mostram militares montando acampamento bolsonarista
Imagens obtidas pelo Estadão mostram militares do Exército operando retroescavadeiras e caminhões para nivelar o terreno onde foi erguido o acampamento golpista em frente ao quartel-general, em Brasília, logo após a derrota de Jair Bolsonaro, em novembro de 2022.
Os vídeos — gravados pelo blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, preso por envolvimento na tentativa de atentado a bomba na capital — foram entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal (PF) como parte de uma proposta de delação premiada.
As imagens mostram máquinas do Exército retirando lama e preparando o solo onde foram montadas as barracas dos extremistas, que exibiam faixas contra o STF e o sistema eleitoral. O próprio Exército confirmou o uso do maquinário, alegando “manutenção do local” e “acúmulo de lama” — justificativa que contrasta com o contexto político da época.
A PGR aponta que Bolsonaro estimulou o acampamento para sustentar o movimento golpista e pressionar o alto comando das Forças Armadas. Dias antes da ação de terraplenagem, os comandantes militares divulgaram uma nota classificando os atos como “não criminosos”, interpretada como um sinal de tolerância ao golpismo.
O comandante do Exército à época, general Freire Gomes, admitiu ao STF ter sido consultado por Bolsonaro sobre um decreto de teor golpista, mas rejeitou a proposta. Apesar disso, as máquinas do Exército atuaram no acampamento dias depois.
Mesmo com as provas visuais, a PGR poupou Freire Gomes de acusações, considerando sua recusa ao golpe “decisiva” para impedir a ruptura institucional.
Assista ao vídeo:
Com informações do DCM
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Cariacica/ES